Nos últimos quatro anos, SUS desativa nada menos que 13 mil leitos
Pesquisa recente encomendada pelo Conselho Federal de Medicina mostra que 87% dos usuários do Sistema Único de Saúde mostraram-se insatisfeitos com o serviço recebido do governo. Entre os vários motivos da insatisfação, pode-se apontar levantamento feito pelo mesmo conselho, baseado em dados do Ministério da Saúde, no qual descobre-se que o SUS desativou quase 13 mil leitos entre 2010 e 2014.
A psiquiatria, com 7.449 leitos a menos, foi a especialidade com maior queda. Na pediatria houve redução de 5.992; na obstetrícia, 3.431 e na cirurgia geral houve uma redução de 340 leitos. Em janeiro de 2010, o SUS tinha 361 mil leitos, em julho deste ano, caiu para 348.303.
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O Ministério da Saúde justificou a drástica redução de leitos psiquiátricos afirmando que a nova política não prioriza a hospitalização de pacientes com problemas do tipo, mas a psiquiatra Fátima Vasconcelos considera a decisão equivocada.
Fátima diz que há ilhas de excelência em psiquiatria em hospitais universitários, mas a realidade do serviço público mostra que existe uma grande dificuldade de conseguir uma consulta. "Não existe esse ambulatório tão bem ajeitado que evite internações. É um viés ideológico. Achar que não existe doença psiquiátrica é uma insanidade", disse Fátima.
Alguns estados, como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Distrito Federal e Amapá, apresentaram aumento no número de leitos, mas as regiões Sudeste e Nordeste registraram grandes perdas.
No estado do Rio de Janeiro, 4.621 leitos foram desativados desde 2010. No Nordeste, a maior queda foi no Maranhão (-1.181). Entre as capitais, o Rio de Janeiro foi a que mais perdeu leitos na rede pública (-1.113), seguido por Fortaleza (-467) e Curitiba (-325).
Enquanto isso, em vez de tomar providência, a administração petista segue lançando projetos que não tem competência para finalizar. Até março deste ano, quase 50% das obras do PAC[1] 2 direcionadas à melhoria da saúde não haviam saído do papel.
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De acordo com levantamento inédito divulgado pelo Conselho Federal de Medicina, das 24.006 obras "tocadas" pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Nacional de Saúde por meio da segunda fase do Programa de Aceleracao do Crescimento[2] (PAC[3]), apenas 11% foram concluídas, o que equivale a 2.547 obras. (...) Das 21.519 restantes, apenas 9.509 encontram-se em execução. Cerca de metade (12.010) das obras de Saúde inscritas no PAC[4] 2 ainda estão "no papel". A maior parte (10.328) encontra-se em ação preparatória. Sete estão em fase de licitação e 1.675 de contratação.
Doze anos depois, o governo petista, em discursos de campanha, sempre que confrontado com o tema, faz vista grossa e minimiza a sua culpa, dividindo a responsabilidade com estados e municípios. De resto, aproveita a deixa para defender o polêmico Mais Médicos, por mais que o programa, mesmo que nada de polêmico trouxesse, busque resolver apenas um dos problemas enfrentados pela saúde no Brasil: o da falta de médicos longe dos grandes centros. Fato é que, três mandatos depois, a saúde pública caminhou muito timidamente sob os cuidados do PT. Pior ainda, chegou a regredir, como nesse sumiço de leitos.
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Marlos Ápyus
Implicante
Editado por Folha Política
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References
- ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
- ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
- ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
- ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
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