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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Nos últimos quatro anos, SUS desativa nada menos que 13 mil leitos

Nos últimos quatro anos, SUS desativa nada menos que 13 mil leitos

Pesquisa recente encomendada pelo Conselho Federal de Medicina mostra que 87% dos usuários do Sistema Único de Saúde mostraram-se insatisfeitos com o serviço recebido do governo. Entre os vários motivos da insatisfação, pode-se apontar levantamento feito pelo mesmo conselho, baseado em dados do Ministério da Saúde, no qual descobre-se que o SUS desativou quase 13 mil leitos entre 2010 e 2014.
A psiquiatria, com 7.449 leitos a menos, foi a especialidade com maior queda. Na pediatria houve redução de 5.992; na obstetrícia, 3.431 e na cirurgia geral houve uma redução de 340 leitos. Em janeiro de 2010, o SUS tinha 361 mil leitos, em julho deste ano, caiu para 348.303.
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O Ministério da Saúde justificou a drástica redução de leitos psiquiátricos afirmando que a nova política não prioriza a hospitalização de pacientes com problemas do tipo, mas a psiquiatra Fátima Vasconcelos considera a decisão equivocada.
Fátima diz que há ilhas de excelência em psiquiatria em hospitais universitários, mas a realidade do serviço público mostra que existe uma grande dificuldade de conseguir uma consulta. "Não existe esse ambulatório tão bem ajeitado que evite internações. É um viés ideológico. Achar que não existe doença psiquiátrica é uma insanidade", disse Fátima.
Alguns estados, como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Distrito Federal e Amapá, apresentaram aumento no número de leitos, mas as regiões Sudeste e Nordeste registraram grandes perdas.
No estado do Rio de Janeiro, 4.621 leitos foram desativados desde 2010. No Nordeste, a maior queda foi no Maranhão (-1.181). Entre as capitais, o Rio de Janeiro foi a que mais perdeu leitos na rede pública (-1.113), seguido por Fortaleza (-467) e Curitiba (-325).
Enquanto isso, em vez de tomar providência, a administração petista segue lançando projetos que não tem competência para finalizar. Até março deste ano, quase 50% das obras do PAC[1] 2 direcionadas à melhoria da saúde não haviam saído do papel.
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De acordo com levantamento inédito divulgado pelo Conselho Federal de Medicina, das 24.006 obras "tocadas" pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Nacional de Saúde por meio da segunda fase do Programa de Aceleracao do Crescimento[2] (PAC[3]), apenas 11% foram concluídas, o que equivale a 2.547 obras. (...) Das 21.519 restantes, apenas 9.509 encontram-se em execução. Cerca de metade (12.010) das obras de Saúde inscritas no PAC[4] 2 ainda estão "no papel". A maior parte (10.328) encontra-se em ação preparatória. Sete estão em fase de licitação e 1.675 de contratação.
Doze anos depois, o governo petista, em discursos de campanha, sempre que confrontado com o tema, faz vista grossa e minimiza a sua culpa, dividindo a responsabilidade com estados e municípios. De resto, aproveita a deixa para defender o polêmico Mais Médicos, por mais que o programa, mesmo que nada de polêmico trouxesse, busque resolver apenas um dos problemas enfrentados pela saúde no Brasil: o da falta de médicos longe dos grandes centros. Fato é que, três mandatos depois, a saúde pública caminhou muito timidamente sob os cuidados do PT. Pior ainda, chegou a regredir, como nesse sumiço de leitos.
Veja também:
Marlos Ápyus
Implicante
Editado por Folha Política
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References

  1. ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
  2. ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
  3. ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)
  4. ^ Decreto nº 6.025, de 22 de janeiro de 2007. (www.jusbrasil.com.br)

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