Feira Central é marco em Dourados
Com mais de
trinta anos de existência, a feira livre de Dourados é um dos pontos de
referência mais importantes da região, trazendo consigo várias estórias de
famílias que por décadas e gerações criaram-se no comércio de molhados,
hortifruti, vestuário e presentes em geral, garaparias,
artesanato e variados produtos de confecção caseira como café, doces, queijo,
entre tantos outros.
Sem
um documento de registro inicial, a feira iniciou-se na Vila Industrial, na
década de 70, migrando para a Rua Santa Catarina, atualmente Onofre Pereira de
Matos quando, então, para melhor acomodação dos feirantes e fregueses o então
Prefeito José Elias Moreira mudou-a para a Rua Cuiabá, estando no local até a
presente data.
Marcada
com movimentos, ora do Ministério Público, ora do Poder Público Municipal, há
muita controvérsia sobre a mudança do local para um espaço próprio (inclusive
com a aprovação de um Projeto nos moldes da Feira Central de Campo Grande,
conforme Assessoria do Deputado Federal Geraldo Resende), sendo que vários
feirantes que há décadas estão estabelecidos na feira acreditam que tal mudança
poderá acabar com a feira tradicional de Dourados, por força da cultura já
enraizada no local.
O
Presidente da Associação dos Feirantes da Grande Dourados, Lindomar Lemos, há
19 anos no ramo de hortifruti, lembra que poucas mudanças na infraestrutura da
feira se operaram desde a instalação na Rua Cuiabá e, com o surgimento dos
supermercados, vários comerciantes desistiram dos seus pontos, por força da
concorrência.
Com
239 pontos de venda e com clientela formada com pessoas de todas as classes e
idades, seja para passeio ou compras, é um ponto que ganhou a simpatia de
todos, sendo uma tradição comer um sobá ou um pastel no sábado à noite ou
comprar as verduras para o almoço de domingo da família. Conta, ainda, com
apresentações culturais de dança, peças teatrais e musicais.
Em
contraposição, os moradores da região possuem opinião negativa quando se trata
dos finais de semana: Ivan, que reside no local, comenta que pela instalação
das barracas nas ruas e calçadas, há uma dificuldade recorrente das famílias de
transitares pelo local, especialmente quando tem que sair de suas residências.
Registrou,
ainda, que os valores dos imóveis são mais baixos do que em outras regiões pelo
impacto direto da feira nos finais de semana em frente aos imóveis.
Tombada
como patrimônio histórico e cultural pela Lei 3.395/2010, em 2013 incluída no
objeto da ação ajuizada pelo Ministério Público Estadual que obrigou a
Prefeitura Municipal a restaurar e preservar a Feira Central de Dourados, melhorias
essas que ainda não foram adotadas, deixando os comerciantes a sua própria
sorte.
Com
vários comerciantes que cresceram e continuam a atuar na Feira Livre, esse
ponto representa o sustento de toda a família, sendo que acreditam que a
mudança ameaça as condições de manter seus pontos, o que traz grande
preocupação para todos.
Com
as opiniões bem diversificadas, uns defendendo a manutenção da Feira na Rua Cuiabá,
outros pela mudança para espaço próprio, a única verdade é que a manutenção da
tradição e cultura local devem ser preservadas em todas as suas raízes, pois
são elas que promovem o orgulho do cidadão douradense por sua terra e cuja
qualidade de vida impacta de forma muito positiva em seu dia-a-dia.
Dourados,
03 de novembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário