Apresentação

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Feira Central é marco em Dourados

Feira Central é marco em Dourados






Com mais de trinta anos de existência, a feira livre de Dourados é um dos pontos de referência mais importantes da região, trazendo consigo várias estórias de famílias que por décadas e gerações criaram-se no comércio de molhados, hortifruti, vestuário e presentes em geral, garaparias, artesanato e variados produtos de confecção caseira como café, doces, queijo, entre tantos outros.
 
Sem um documento de registro inicial, a feira iniciou-se na Vila Industrial, na década de 70, migrando para a Rua Santa Catarina, atualmente Onofre Pereira de Matos quando, então, para melhor acomodação dos feirantes e fregueses o então Prefeito José Elias Moreira mudou-a para a Rua Cuiabá, estando no local até a presente data.

Marcada com movimentos, ora do Ministério Público, ora do Poder Público Municipal, há muita controvérsia sobre a mudança do local para um espaço próprio (inclusive com a aprovação de um Projeto nos moldes da Feira Central de Campo Grande, conforme Assessoria do Deputado Federal Geraldo Resende), sendo que vários feirantes que há décadas estão estabelecidos na feira acreditam que tal mudança poderá acabar com a feira tradicional de Dourados, por força da cultura já enraizada no local.

O Presidente da Associação dos Feirantes da Grande Dourados, Lindomar Lemos, há 19 anos no ramo de hortifruti, lembra que poucas mudanças na infraestrutura da feira se operaram desde a instalação na Rua Cuiabá e, com o surgimento dos supermercados, vários comerciantes desistiram dos seus pontos, por força da concorrência.

Com 239 pontos de venda e com clientela formada com pessoas de todas as classes e idades, seja para passeio ou compras, é um ponto que ganhou a simpatia de todos, sendo uma tradição comer um sobá ou um pastel no sábado à noite ou comprar as verduras para o almoço de domingo da família. Conta, ainda, com apresentações culturais de dança, peças teatrais e musicais.

Em contraposição, os moradores da região possuem opinião negativa quando se trata dos finais de semana: Ivan, que reside no local, comenta que pela instalação das barracas nas ruas e calçadas, há uma dificuldade recorrente das famílias de transitares pelo local, especialmente quando tem que sair de suas residências.

Registrou, ainda, que os valores dos imóveis são mais baixos do que em outras regiões pelo impacto direto da feira nos finais de semana em frente aos imóveis.

Tombada como patrimônio histórico e cultural pela Lei 3.395/2010, em 2013 incluída no objeto da ação ajuizada pelo Ministério Público Estadual que obrigou a Prefeitura Municipal a restaurar e preservar a Feira Central de Dourados, melhorias essas que ainda não foram adotadas, deixando os comerciantes a sua própria sorte.

Com vários comerciantes que cresceram e continuam a atuar na Feira Livre, esse ponto representa o sustento de toda a família, sendo que acreditam que a mudança ameaça as condições de manter seus pontos, o que traz grande preocupação para todos.

Com as opiniões bem diversificadas, uns defendendo a manutenção da Feira na Rua Cuiabá, outros pela mudança para espaço próprio, a única verdade é que a manutenção da tradição e cultura local devem ser preservadas em todas as suas raízes, pois são elas que promovem o orgulho do cidadão douradense por sua terra e cuja qualidade de vida impacta de forma muito positiva em seu dia-a-dia.

Dourados, 03 de novembro de 2014.

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