Apresentação

domingo, 24 de julho de 2016

A Justiça e o Direito nos jornais deste domingo

A Justiça e o Direito nos jornais deste domingo


O presidente interino Michel Temer (PMDB) autorizou estudos sobre a criação de um regime único de Previdência, com regras uniformes para trabalhadores do setor privado e funcionários públicos. Hoje, existem regras diferentes para trabalhadores do setor privado e servidores públicos, além de leis específicas para trabalhadores rurais e militares, por exemplo. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, coordena o grupo responsável por formular um projeto de reforma da Previdência a ser submetido ao Congresso, na tentativa de equilibrar o orçamento. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Borracha no passado
De ao menos 94 processos já analisados sobre o chamado “direito ao esquecimento” em tribunais de Justiça, 27 decisões concordaram com o pedido de apagar da história fatos já noticiados, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo. O tema ainda aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal, com base em pedido feito pela família de uma vítima de homicídio da década de 1950, retratada décadas depois no programa Linha Direta, da Rede Globo. Com repercussão geral, a ação deve subsidiar as demais cortes. A Procuradoria-Geral da República já se posicionou de forma contrária à tese.

Tendência de colaborar
A operação “lava jato” aumentou em 50% o volume de empresas que procuram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, nos últimos três anos, para fazer acordos de leniência. Segundo o superintendente-geral do Cade, Eduardo Frade Rodrigues, os valores arrecadados subiram de R$ 30 milhões em 2011 para R$ 520 milhões em 2015. Somente na “lava jato” são investigados cartéis que teriam atuado na Eletronuclear, na Valec, na usina hidrelétrica de Belo Monte, nos estádios da Copa do Mundo e na Petrobras. Ele considera que a “multa tem que ser suficiente para que as empresas e os indivíduos sintam-se severamente punidos”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais um front
Investigadores do Ministério Público Federal e técnicos do Tribunal de Contas da União estão analisando há meses documentos do BNDES numa nova frente de apuração sobre as operações do banco estatal. O procedimento, em fase inicial, corre sob sigilo. A ideia, nas palavras de um procurador, é “fechar todo o circuito” e entender as consequências de decisões políticas para o BNDES. São analisados dezenas de contratos.  O banco, agora sob o comando de Maria Silvia Bastos, tem facilitado o acesso ao material, segundo investigadores. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Juiz recordista
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, terá de triplicar o ritmo de trabalho que imprimiu até agora, considerado célere no meio jurídico, se quiser cumprir a meta de encerrar ainda neste ano os trabalhos da “lava jato”. Para isso, Moro teria de decidir sobre 16 ações penais que estão atualmente em curso num prazo de aproximadamente cinco meses, uma vez que o ano do Judiciário se encerra em 19 de dezembro. Em dois anos e quatro meses de operação, Moro proferiu 20 sentenças; outros sete processos estão suspensos e 12 foram desmembrados. Se mantiver a média de sentenças tomadas até agora, Moro poderá declarar o encerramento de sua participação na operação somente em 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Saúde no tribunal
De janeiro a maio deste ano, o Ministério da Saúde já gastou R$ 693,7 milhões por causa de decisões judiciais que obrigam o pagamento de tratamentos médicos. A estimativa é que o gasto chegue até o final do ano a R$ 1,6 bilhão. As informações são do jornal O Globo.

Mais prazo
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) obteve mais 30 dias de prazo para apresentar suas justificativas sobre indícios de irregularidades apontados pelo TCU na prestação de contas dela referente ao ano de 2015. O novo prazo, concedido pelo ministro José Múcio, relator das contas, vencerá na segunda quinzena de agosto, o que deve deixar para setembro análise do tribunal se aprova  ou não as contas de gestão de Dilma do ano passado. As informações são do jornal Valor Econômico.

Lava jato paulista
O novo procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Gianpaolo Poggio Smanio, 51, afirmou que o órgão está recebendo do Ministério Público Federal informações da “lava jato” que atingem obras do governo paulista. Ele foi nomeado chefe do Ministério Público pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em abril. Smanio disse que sua prioridade será combater a criminalidade e a corrupção. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Ar de superioridade
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte suspendeu decisão de primeiro grau que bloqueou as contas pessoais do governador, Robinson Faria, e de dois secretários estaduais pelo descumprimento de uma liminar que determinava a compra de armas, equipamentos e munições para uso dos agentes penitenciários. Para o secretário da Justiça e da Cidadania, Wallber Virgolino, “são decisões como essas que desestimulam qualquer gestor [...] baseadas na vaidade eivada de ar de superioridade e deselegância para com o outro Poder”. A medida foi derrubada pelo desembargador João Batista Rebouças Rodrigues. As informações são do portal G1.

OPINIÃO
Protagonismo supremo
O advogado Marcos Saes, em artigo publicado no jornal O Globo, afirma que o STF atualmente tem praticamente “ditado” o curso da política no país, exercendo protagonismo na atua crise ao estabelecer o rito do impeachment e afastar o presidente da Câmara. Uma a uma, as decisões do Supremo Tribunal norteiam o futuro do país, influenciam comportamentos e repercutem no seu desenvolvimento socioeconômico. Diz ainda que o STF vai julgar outro caso importante em breve. Trata-se da decisão sobre a constitucionalidade, ou não, do chamado Código Florestal Brasileiro. 
Revista Consultor Jurídico, 24 de julho de 2016, 13h10

Penitenciárias federais adotam limites para advogados e proíbem até mímica

Penitenciárias federais adotam limites para advogados e proíbem até mímica




Uma nova norma do Ministério da Justiça cria limites para o atendimento de advogados aos presos custodiados nas penitenciárias federais. Segundo a Portaria 4/2016, que cria regras para os profissionais terem contato com seus clientes, o preso só pode ser atendido uma vez por semana e apenas por um advogado constituído.
Os advogados estão proibidos de transmitir informações que não têm relação direta com o “interesse jurídico processual do preso” de forma verbal, escrita ou por qualquer forma não audível, “inclusive mímica”. 



Regras valem para as quatro penitenciárias federais de segurança máxima do país.
Divulgação

Se houver descumprimento, a conversa com o cliente será interrompida imediatamente, conforme a portaria, assinada em junho pela diretora do Sistema Penitenciário Federal, Valquiria Souza Teixeira de Andrade.
O encontro com o cliente deve ser em dia e horário de expediente administrativo, unicamente em parlatório, às segundas, terças ou sextas-feiras, mediante prévio agendamento. A duração máxima da conversa será de uma hora. Se o advogado comprovar a urgência do caso, a direção da unidade penitenciária poderá autorizar mais de uma entrevista semanal, nos termos do Decreto 6.049/2007.
Já existem relatos de que a regra está sendo aplicada. De acordo com reportagem do portal UOL, advogados dos suspeitos de preparar atos terroristas para os Jogos Olímpicos — presos recentemente na operação hashtag —  afirmaram que foram impedidos de ver seus clientes na sexta-feira (22/7). Os suspeitos estão detidos desde quinta-feira no Presídio Federal de Campo Grande. A base legal para o impedimento, segundo os advogados, foi a portaria do Ministério da Justiça.
A norma afirma ainda que o advogado precisa estar constituído por procuração, com indicação do processo, e comprovar no prazo de 30 dias ou na entrevista seguinte a sua efetiva atuação no processo indicado. “No caso de advogado ainda não constituído, a procuração, devidamente preenchida, deverá ser encaminhada ao preso pelo núcleo jurídico da respectiva penitenciária federal, para fins de análise e assinatura do indicado na procuração.”
Para a diretora do Sistema Penitenciário Federal, “a organização por meio de agendamento prévio de consultas e a limitação de requerimentos realizados apresentam-­se como medidas aptas a garantir um atendimento mais célere e eficiente”.
Questionada pela revista eletrônica Consultor Jurídico neste domingo (24/7), a assessoria de comunicação do ministério ainda não respondeu se a norma já está plenamente sendo aplicada nas quatro penitenciárias federais.
Retrocesso
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, declarou que o impedimento ao trabalho da advocacia é uma afronta à democracia. “A OAB adotará todas as ações necessárias para assegurar o exercício profissional dos advogados e a imediata revisão da portaria do Ministério da Justiça, se ela estiver em vigor”.
Ao comentar o caso dos advogados impedidos de entrar no presídio federal, Lamachia afirma que é “urgente e necessário” combater o terrorismo de “forma dura”. “Mas o caminho de combater o crime cometendo outros crimes e violando prerrogativas da advocacia leva o país ao retrocesso”.
Para o criminalista Guilherme Batochio, conselheiro federal da Ordem, essas proibições são “um verdadeiro absurdo”. “Medida típica de sistemas autoritários e antidemocráticos. O arbítrio, ao que parece, vem fazendo prosélitos em toda parte”, disse à ConJur.
“Como saber, de antemão, o que consubstancia, ou não, ‘interesse jurídico do preso’? O contato seria monitorado?, questiona o advogado. Batochio afirma que já recebeu denúncias de monitoramento de conversas entre cliente e advogado no presídio de Catanduvas e em Mato Grosso do Sul, quando integrava a Comissão Nacional de Prerrogativas da OAB.
Clique aqui para ler a portaria.

 é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 24 de julho de 2016, 17h2

Penitenciárias federais adotam limites para advogados e proíbem até mímica

Penitenciárias federais adotam limites para advogados e proíbem até mímica



Uma nova norma do Ministério da Justiça cria limites para o atendimento de advogados aos presos custodiados nas penitenciárias federais. Segundo a Portaria 4/2016, que cria regras para os profissionais terem contato com seus clientes, o preso só pode ser atendido uma vez por semana e apenas por um advogado constituído.
Os advogados estão proibidos de transmitir informações que não têm relação direta com o “interesse jurídico processual do preso” de forma verbal, escrita ou por qualquer forma não audível, “inclusive mímica”. 


Regras valem para as quatro penitenciárias federais de segurança máxima do país.
Divulgação

Se houver descumprimento, a conversa com o cliente será interrompida imediatamente, conforme a portaria, assinada em junho pela diretora do Sistema Penitenciário Federal, Valquiria Souza Teixeira de Andrade.
O encontro com o cliente deve ser em dia e horário de expediente administrativo, unicamente em parlatório, às segundas, terças ou sextas-feiras, mediante prévio agendamento. A duração máxima da conversa será de uma hora. Se o advogado comprovar a urgência do caso, a direção da unidade penitenciária poderá autorizar mais de uma entrevista semanal, nos termos do Decreto 6.049/2007.
Já existem relatos de que a regra está sendo aplicada. De acordo com reportagem do portal UOL, advogados dos suspeitos de preparar atos terroristas para os Jogos Olímpicos — presos recentemente na operação hashtag —  afirmaram que foram impedidos de ver seus clientes na sexta-feira (22/7). Os suspeitos estão detidos desde quinta-feira no Presídio Federal de Campo Grande. A base legal para o impedimento, segundo os advogados, foi a portaria do Ministério da Justiça.
A norma afirma ainda que o advogado precisa estar constituído por procuração, com indicação do processo, e comprovar no prazo de 30 dias ou na entrevista seguinte a sua efetiva atuação no processo indicado. “No caso de advogado ainda não constituído, a procuração, devidamente preenchida, deverá ser encaminhada ao preso pelo núcleo jurídico da respectiva penitenciária federal, para fins de análise e assinatura do indicado na procuração.”
Para a diretora do Sistema Penitenciário Federal, “a organização por meio de agendamento prévio de consultas e a limitação de requerimentos realizados apresentam-­se como medidas aptas a garantir um atendimento mais célere e eficiente”.
Questionada pela revista eletrônica Consultor Jurídico neste domingo (24/7), a assessoria de comunicação do ministério ainda não respondeu se a norma já está plenamente sendo aplicada nas quatro penitenciárias federais.
Retrocesso
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, declarou que o impedimento ao trabalho da advocacia é uma afronta à democracia. “A OAB adotará todas as ações necessárias para assegurar o exercício profissional dos advogados e a imediata revisão da portaria do Ministério da Justiça, se ela estiver em vigor”.
Ao comentar o caso dos advogados impedidos de entrar no presídio federal, Lamachia afirma que é “urgente e necessário” combater o terrorismo de “forma dura”. “Mas o caminho de combater o crime cometendo outros crimes e violando prerrogativas da advocacia leva o país ao retrocesso”.
Para o criminalista Guilherme Batochio, conselheiro federal da Ordem, essas proibições são “um verdadeiro absurdo”. “Medida típica de sistemas autoritários e antidemocráticos. O arbítrio, ao que parece, vem fazendo prosélitos em toda parte”, disse à ConJur.
“Como saber, de antemão, o que consubstancia, ou não, ‘interesse jurídico do preso’? O contato seria monitorado?, questiona o advogado. Batochio afirma que já recebeu denúncias de monitoramento de conversas entre cliente e advogado no presídio de Catanduvas e em Mato Grosso do Sul, quando integrava a Comissão Nacional de Prerrogativas da OAB.
Clique aqui para ler a portaria.

 é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 24 de julho de 2016, 17h2